Entrevista com Marlene Montezi Blois nas dependências da SOARMEC - Sociedade dos Amigos Ouvintes da Rádio MEC (2º andar da Rádio MEC), Rio de Janeiro, 05/10/2011 – Duração: 02 h 37 min. Thiago Pedro Pinto

O nome de Marlene Blois nos surgiu logo nas primeiras incursões no acervo da SOARMEC: ele aparecia em diversas caixas arquivo, etiquetadas com “Doação Marlene Blois”, e na assinatura de diversos materiais do Projeto Minerva que pudemos consultar nessas primeiras visitas. Não bastasse isso, houve bastante insistência dos funcionários da SOARMEC, e da própria Rádio MEC, em citar seu nome como uma “figura importante” para se conhecer melhor o Projeto Minerva. Após alguns breves contatos nos encontramos na Rádio MEC para almoçarmos e, posteriormente, realizar a entrevista.

Simpática e muito elegante, Marlene mostrou-se sintonizada com as movimentações atuais do Rio de Janeiro. Conversamos sobre muitas coisas, do Rock in Rio, que acabava de ser realizado na cidade aos shows de Juntin Bieber que se realizariam por aqueles dias. Sua curiosidade sobre meu trabalho também deram o tom desse nosso almoço, num pequeno restaurante nas imediações da Rádio MEC.

Ao entrarmos na Rádio MEC e na SOARMEC pude perceber como a professora Marlene era uma pessoa bastante querida e respeitada naquele meio. Após muitos cumprimentos, já na SOARMEC, iniciamos nossa entrevista.

Thiago: Primeiramente meu agradecimento por ter atendido nosso pedido e estarmos hoje aqui realizando esta entrevista. Fico muito feliz. As indicações vieram de muitas fontes, tanto do livro comemorativo da Rádio MEC, quanto nos materiais doados pela senhora e, posteriormente, pelo pessoal aqui da SOARMEC. Gostaria que a senhora nos contasse como conheceu a Rádio MEC e o que a fez vir trabalhar aqui.

Marlene: Eu sou professora de formação. Fiz a escola normal no chamado Instituto de Educação, que, na época, era uma escola de elite, embora pública, era uma escola de elite. Não tinha saída, e eu dava aula no antigo primário nesse tempo. Aí as coisas foram passando e eu comecei a escrever livros didáticos para alunos. Escrevi cartilha, escrevi em parceria com outros colegas, livro de língua portuguesa, livro de estudos sociais. Nem sei quantos livros foram publicados, acho que foram uns trinta e tantos: tinha livro do aluno, livro do professor, livro de exercícios, tinha esses livros todos, fazendo uma coleção, um para cada série, eram muitos.

Então eu trabalhei num projeto, que era um projeto internacional, chamado de Projeto da Fundação Ford ...

1 Rádio MEC: herança de um sonho, de Liana Milanez (org.) – Rio de Janeiro: ACERP, 2007.

2 A Fundação Ford foi criada em 1936 por Edsel Ford e sua mulher Eleanor Clay Ford, nos Estados Unidos da América, como uma organização filantrópica, sem fins lucrativos. Desde então tem atuado em diversas áreas e em diversos países, tendo expandido sua atuação na América do Sul a partir da década de 1960. No Brasil, inaugura seu escritório no Rio de Janeiro no ano de 1962 (FARIA & COSTA, 2006). http://www.fordfoundation.org/

 

 
Participação da transmissão do programa comemorativo dos 90 anos do Rádio no Brasil,
com a filha do pioneiro Roquette-Pinto, no Aterro do Flamengo/Rio, e gente do rádio.
 
 
 
Quem sou eu Who I am Qui suis-je